segunda-feira, maio 07, 2007

E agora? Mãe?

Eu vou para o inferno... Não tenho mais ilusões...

Se o inferno existir, já estou lá!
Olha, e não é porque sou advogada não... (Mas diz um amigo meu que isso é no mínimo um agravante... Os juros do meu “cheque especial” dos pecados...)
Ai! Já dá até para sentir o calorzinho...
Então vou confessar:
Vou para o inferno porque menti em PG!
Ufa! Falei...
Céus! (Hora de clamar pela absolvição)
Era uma noite chuvosa...
 
Estava cansadíssima e depois do trabalho ainda tive que ir ao supermercado... Meu humor não estava dos melhores, eu admito! Mas não foi isso... Depois de apalpar tomates e cheirar mais de dez tipos de desinfetantes uma pessoa não pode ser considerada imputável, pode??

Já passava das oito quando o suplício semanal estava acabando e tive a visão das filas gigantescas... Minhas últimas esperanças de chegar em casa nessa década ainda já eram...

Quando, como que por indicação divida, no caixa 09 uma filinha minúscula com apenas dois carrinhos na frente... Não pensei duas vezes, me alinhei logo atrás. Para a minha surpresa, além da fila estar curtinha ainda tinha umas cadeirinhas com revistas ao lado! Viu? Minha sorte estava mudando, foi o que pensei.
Meu querido maridinho se aproximou sussurrando: “Amor, agora você está grávida, não é?” Por acaso ele estava sabendo de alguma coisa que eu não estava? Tinha trocado minhas pírulas por AS Infantil? Era melhor ele confessar logo porque a morte dele iria ser mais indolor... Já estava por preparar minha cara de assassina de maridos malandros, quando ele apontou para a placa: “Caixa exclusivo para gestantes, idosos e deficientes físicos”.

Foi ai que fraquejei... Era fila ou mentira.

Mentira. (Só não imaginei que seria tanta!)

Sentou-se uma mãe (Com cara de mãe, RG e CPF de mãe... Gravidíssima. Carrinho atrás do meu. Pronto. Fud...).

Meu marido notando o grave risco que ele estava correndo de passar a noite em outra fila começou a alisar a minha barriga... Até beijo deu!

Não deu outra, a mulher se sentiu plenamente convidada a puxar um papo longuíssimo sobre as pernas inchadas, os seios crescidos, peso sobrando, varizes, estrias e outras tantas coisas agradáveis quanto as seis vezes que já havia vomitado naquele dia. Ai veio a pergunta: E você? Está de quantos meses?

Esse foi o detonador. Desconhecia minhas próprias habilidades de mentira a quilo... Respondi: Dois.
Depois disso lembro de pouco porque a mentira fluía com uma facilidade incrível! Acho que até dos possíveis nomes, a escola que eu queria que meu bebê virtual estudasse, o valor da família, enxoval, anestesia peridural e o escambal... Só senti meu marido me puxando para ir embora... Acho que ficou com medo que eu “tomasse gosto” pela coisa (alias, coisas, as mentiras e os bebes...)

Mas segundo minha mãe eu estou salva do inferno...

Por que mãe sofre tanto que vai para o céu sem escala... Acho que isso vale até para mãe virtual, não é?

3 comentários:

Anônimo disse...

Estou achando que você já está gostando do esporte! hahahahah

Anônimo disse...

kkkkkkk...adorei o seu texto...dei muita risada!! Beijocas!

Polly Barros disse...

Você acabou de aliviar meu fim de noite goguênto (a tal da virose!)...
Embora fanha, eu ri sem cerimônias dessa situação hilária q vc viveu, q por sinal foi muito bem escrita!

Ótima =)