terça-feira, agosto 26, 2008

Areia ao Vento




Entre as folhas daquele livro encontrei um pedaço de história. As digitais da sua presença exasperante nos meus parágrafos, minhas rotas de fuga. Nunca soube costurar farelos, e agora me ato a linhas.
Não sei mais dizer se o que sinto são os fluídos dessa humanidade pegajosa, o pulsar da dor ou outra antecipação ansiosa qualquer... E já nem me interessa. Só consigo enxergar meu próprio vazio, este enorme oco no meu peito devorador e devorado. 

Poderia passar o dia vagando por caminhos circulares, seguindo o norte de uma bússola viciada, ou beijar a sua boca de vício e da mesma forma estaria perdida, consumida por esse monstro medonho da minha solidão. Tenho medo que alguém o veja, que espie por alguma fresta o meu desespero descuidado. Melhor fazer as malas. Levar comigo qualquer vestígio e sair soltando pela janela letra por letra as desconstruções das suas palavras, como areia, pó... Como tempo.

quarta-feira, agosto 13, 2008

"Perdi o meu castelo e a minha princesa"


Nunca quis saber as respostas para as perguntas reais que rondavam a sua cabeça. Talvez por isso eu sempre tenha fugido da inevitável necessidade de verter em verdade os meus próprios pensamentos, minhas próprias obviedades ou as suas... Já que palavras são os tijolos desses auto-enganos que nos pomos a construir, e mesmo que em algum momento as paredes dessas realidades tenham se erguido, não foi demolindo-as que seguimos sustentando os nossos “pesos e levezas”?



E forjei como que em ferro as ilusões necessárias para fazer de você o meu escudo e a minha espada. E não foi o que fez igualmente de mim?

Se te fiz arma, é exatamente ela que me fere agora. Mas falta-me a mesma destreza, ou sobra falta de convicção para fazer o mesmo que faz a mim, ser o espelho de sempre. Um duelo de titãs que não deveria haver derrotados, mas agora tenho que usar escudo nos meus calcanhares...Penso que falhei. Ou talvez de tanto acertar, tenha destruído o que havia de genuíno, original. Negar-me para aceitar, para não destruir, e mesmo assim o fiz? E agora, o que faço dessa imensa imitação de mim mesmo que criei para protegê-la? Abrigamo-nos neste castelo de eufemismos, construído da matéria do impossível que quero crer que são paredes fortes e eternas. E nunca quis o sopro que poderia derrubar este castelo de cartas, e você só esperou o sopro do dragão...



Ao som de: Metal contra as nuvens – Legião Urbana

terça-feira, agosto 05, 2008

Abrace!




I wish this could work everytime we miss someone!