terça-feira, julho 25, 2006

Côncavos e Convexos

Horário nobre.

Nova novela das oito na telona escrita por Manoel Carlos, que a maioria define como "O novelista da vida real”.

A proposta da trama seria algo como aproximar ficção e realidade, inaugurando um novo estilo de “novela-verdade” (Novo??) com quadros de depoimentos de pessoas reais, comuns e ordinárias falando sobre suas experiências pessoais. Até ai tudo bem. Tudo ótimo. E veja bem, tem de todas as opções de estereotipos; O chifrado, o tímido, o galinha, a ‘bem sucedida’, a heroína mãe-de-família...

Devo confessar que talvez seja a parte que mais me chamou atenção, já que não sou muito dedicada às novelas, mas muitíssimo viciada na modalidade semi-esportiva de jogar tempo ao ar... Acho que só ninguém esperava ver uma mulher no alto de seus 68 anos confessando em rede nacional que até os 45 anos nunca teve um orgasmo.

Temos que admitir. É chocante.
Não só pela coragem da exposição, pela temática abordada naquele horário e todo esse bláblá ético-educativo-social, como, obviamente, pela dura realidade de milhares de mulheres que, em seus sofás naquela noite, sentiram-se irmãs do sentimento experimentado por aquela senhora corajosa, mas que nunca confessariam...

Por suas próprias palavras disse que achava normal não sentir nada: "Pra mim era tudo normal, o homem terminava e eu também".

Mulheres do Brasil! Existe solução e aquela senhora aos 45 anos, sem psicólogo, estimulante ou vibrador encontrou a resposta. Estam curiosas???

Disse que um dia foi dormir ao som da música Côncavo e Convexo, de Roberto Carlos, e ao acordar estava com "as pernas suspensas, a calcinha na mão e toda babada".

Putz! Emocionante! Imagino quantas mulheres não engasgaram com o café e quantos homens não tremeram nas bases quando por fim ela decretou: "Homem pra mim não faz falta, eu mesma dou um jeito".

Não faltaram protestos da Igreja, dos defensores da “moral e dos bons costumes”, do Congresso Nacional, quiseram abrir até uma CPI(Imagino, afinal, abrem-se CPIs mais do que botecos no interior...) mas no final das contas, a mulher acordou toda babada mesmo e o resto é que ficou só assistindo com inveja...

Bom, quem ai estiver querendo ouvir por completo o “emocionate” depoimento da senhora polêmica pode clicar no link abaixo:
http://www.youtube.com./watch?v=7KxrdNmhMDw&mode=related&search=páginas%20da%20vida

Agora, quem quiser conferir os efeitos “astronômicos” da tal música do Roberto Carlos, pode clicar nesse outro link sem medo de ser feliz! (Mesmo não fazendo meu estilo, por precaução, recomendo o babador... ).

segunda-feira, julho 17, 2006

Superman - O retorno



Sábado à noite e hordas de jovens (chamar alguém de jovem não é o cúmulo da caquetice??) na média dos 15 anos fazendo fila para ver o novo Superman Returns. Até ai tudo normal, sábado, cinema, fofoca e pipoca combinam, mas ver a garotada aplaudir no final do filme surpreendeu (e veja que eu estava em João Pessoa e não em Campina para os maldosos de plantão! “Afinar, nois somo matuto mais nois somo jóia!”).

Como é que aquele cara de cueca por cima da roupa e capa vermelha pode ainda comover a geração PlayStation?
Talvez o único capaz de responder esta pergunta seja o diretor Bryan Singer, que também dirigiu os igualmente bem sucedidos filmes X-Men e X-Men 2, o que deu um excelente know-how nos roteiros baseados em quadrinhos. Mas diferentemente dos dois anteriores, que lidavam com o sentimento de inadequação, (e muita porrada, é claro!) comum à boa parte da faixa etária em questão, esse filme fala de solidão (além do fato de ter menos pancadaria)...

E para me fazer entender menos ainda, pensando eu que iria encontrar um filme de visual ultra Hi-Tec (tipo o último Homem-Aranha), o diretor optou (e fez uma ótima escolha, diga-se de passagem...) por respeitar o passado da capa vermelha, com um visual ligeiramente retrô, das roupas até o clássico tema da saga (tan-tan-ram, tan-tan-tan-ran... Fiozinho na barriga...).

Não teve como não se sentir um pouco nos antigos episódios do início dos anos oitenta com o eterno ‘Super’ Christopher Reeve. Ah, e por sinal, não dá para deixar passar desapercebida a incrível e ‘coincidente’ semelhança do ator Brandon Routh com o saudoso Reeve, o fazendo lembrar não só fisicamente como nos gestos e na voz.

Claro que também é necessário confessar que só fui ver o filme porque recebi um e-mail que entre outras ‘curiosidades’ dizia que todas as cenas do Brandon tiveram que ser tratadas no computador, pois ele com aquele colan estava, digamos, ‘viril’ demais, muito volume na cuequinha... (risos)

Pois é, olhei mesmo, não teve como evitar... O diretor disse que esse foi o boato mais bizarro que já ouviu, afinal eles não iriam gastar milhões de dólares para alterar esse ‘detalhe’ digitalmente (pois é, Emplastro Sabiá existe para quê, né?)... Boato ou não, o Brandon é realmente lindíssimo, encaixou perfeitamente no papel e ainda ficou ótimo na roupinha!

Um filme que vale a pena conferir.

terça-feira, julho 04, 2006

Brasileiro não desite nunca! (É mesmo??)


Fico pensando se o brasileiro gosta mais de futebol ou de feriado. Questão difícil de responder... Principalmente quando as duas possibilidades estão aliadas e um país resolve parar para assistir os jogos da Copa e ainda um meio feriado de lambuja ao sair do trabalho às 3 da tarde, dando aquela escapadinha estratégica que irrestritamente todos ansiavam.

Febre Amarela nas ruas (mas para essa não creio haver vacina), moda momentaneamente nacionalista, e gente cantarolando “Euuuu.../ Sou brasileiro/ com muito orgulho/ com muito amooorrr...” Nem dá para não dizer que é ilusoriamente comovente....

Está certo que tem aqueles ‘do contra’ eternos que torcem até para a Costa do Marfim, mas não dão o braço a torcer para a camisa amarelinha, mas no fundo (respeitosamente no fundo) bem que ficam vibrando contidamente mesmo com aquela cara de raiva quando o Ronaldinho Gorducho marca um golaço!

São poucas as coisas que vejo os brasileiros se envolverem, para listar pela ordem de comoção: Futebol, final de novela e oportunidade para chamar político de ladrão (e isso é o que não tem faltado!!!). Outro dia mesmo escutei uma dona de casa no supermercado discutindo as táticas de jogo do técnico PEREIRA!!!

Eu da minha parte sou uma torcedora sazonal genuína. Só de 4 em 4 anos, e olhe lá. Mesmo assim ainda me arrisco nas discussões de mesa de bar discutindo os quilos a mais de um, os anos que sobram do outro, as zebras e os favoritos...

Em falando de favoritismo, sempre tive minhas teorias pessimistas por natureza que favorito no Brasil só se... Alguém ai lembra do Fernando Pessoa e o cavalo Baoloubet du Rouet? Refugou! E a Diane dos Santos e suas piruetas nas olimpíadas? Refugou! E o time do Brasil? É claro que vai refugar!!!

O Brasil em silêncio na frente da TV, e advinha? O time refugou! 1X0 para França e desta vez sem convulsão, água batizada, ou qualquer teoria da conspiração para justificar...E sim um time apático, coordenado por uma guerra de egos, que carregava nas costas (além de milhões em patrocínios publicitários) a esperança de um povo inteiro movido a pão e circo (e onde está o pão mesmo???) bem no ano eleitoral (desespero em Brasília)...

Depois da derrota, de toda a decepção ainda escutei gente dizendo que daqui a quatro anos ‘agente leva’ e vai ser hexa! Que se o Brasil perdeu não tem problema não, ao menos os nossos ‘hermanitos’ voltaram um dia antes!!! Ainda tiveram outros que já até adotaram outras seleções (como a de Portugal e o nosso velho conhecido Felipão).

A frase publicitária do Governo Federal afinal até faz algum sentido, brasileiro não desiste nunca (Lula que o diga)! O único problema é que na nossa seleção (naturalizados Espanhóis a parte), contam-se nos dedos quantos dos convocados ainda são realmente brasileiros...

Não se pode dizer que do lado de cá do oceano não se apelou para tudo; patuás, mandingas, todos os santos, meia velha da sorte... Mas nem todas as formas geométricas incluindo quadrado mágico, que ‘estrategicamente’ virou triângulo mágico e mágica que é bom... Minha opinião de ‘expert’ é que deveríamos ter jogado com, no mínimo, um decágono mágico... Afinal seleção no sentido mais real da palavra, tivemos, mas os poucos escolhidos nunca foram o que no futebol há de primordial, um time.