E nos reconhecemos nus por trás daqueles óculos. Felizes e nus. Cumplicidade dos iguais.
Acho que perdi a prática em disfarçar sorrisos. Estou mesmo enferrujada velho amigo, em ser algo próximo de mim mesma e também de ser algo distante, você sabe, essa suavidade às vezes me irrita,mas cai bem, assim sempre me disse e depois de ter me vestido dela, sei que estava certo... Fico me perguntando se a minha alegria em lhe ver foi tão irritantemente óbvia quanto eu creio que foi. Odeio, e ao mesmo tempo adoro, dizer que a sua também foi igualmente inequívoca. Shhhhh... Que nossos óculos nos protejam!
Será que me permite ser simples?Estava com saudades e senti muitíssimo sua falta. E teria tantas coisas para dizer que não caberiam no mínimo espaço entre mesuras e composturas que nem vale a pena lamentar por não ter sido ditas e nem vou tornar disso uma lista interminável. Quero mais que seja uma ode ao prazer simples do reencontro.
Sei que pensou exatamente as mesmas coisas que eu no primeiro segundo. E nem sei se é necessário descrever o alívio da ter certeza de saber que você me lê como quem aponta o dedo e desliza pelos traços de um mapa conhecido, do qual sabe todas as trilhas. Não. Não é necessário. Nada é imperativo aos que se reconhecem. Não sei se confissão ou constatação, mas tenho a nítida sensação que nos encontrarmos é como finalmente chegar. Assim, no infinitivo.
Ao som de Little Joy - Keep in Mind - (http://www.youtube.com/watch?v=qJCNKxt3VLA )
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