Quando criança (ou quando mais criança do que hoje e do que amanhã) eu ficava muitíssimo intrigada quando um dia me cabiam os sapatos e no outro já não me serviam mais. Ouvia sempre a mesma resposta da minha mãe: “Porque está crescendo”... E nem assim isso entrava na minha cabeça, como assim “crescendo”? De um dia para o outro sem aviso prévio? Injusto eu pensava. E ficava tentando enfiar os pés dentro dos mesmos sapatos ultrapassados só para teimar com o ritmo da vida.
Hoje ouvi uma coisa no mínimo inusitada. Que estou muito mais madura. Deu vontade de dizer: “Hã?!” Como assim? Essa contagem eterna de horas está me servindo para alguma coisa por fim. Deve ser assim. Crescendo invisivelmente e agora sem mais a medida dos meus pés para me dizer algo. Ainda mais injusto que antes.
E depois? Voltar ao começo? Espero não terminar meus dias querendo enfiar a minha mente em algum buraco de agulha. Perfeição e tranqüilidade. Beleza sem fim. Até que não soa como uma má idéia, mesmo que os dedos apertem dentro do sapato pequeno...
Estava vendo outro dia uma entrevista com um estilo diferente, onde as pessoas respondiam com músicas.
Eu não saberia responder nem a metade daquelas perguntas, como se fosse simples dizer qual a música ideal para dizer a vida. Na verdade não seria fácil escolher uma, não por falta de "trilha sonora" na minha vida. Ao contrário. Por ter tantas e variadas paixões musicais que me sentiria traindo todas se escolhesse uma.
Eu mudo sempre. E você ai baixe o dedinho que volúvel é senhora sua vozinha! rs
E mesmo esse blog não sendo algo lá muito musical (mas tem estado atualmente acompanhando os "meus estados") resolvi postar mais essa.
Acho que traduziria uma pergunta assim: O que para você é o mais novo, o mais velho ou eterno?
Tem coisas que na minha vida vão e vem. Umas para o bem, outras nem tanto... Música é assim também. Sou o que já cantam “uma mulher de fases”. Se me analisassem (e não é necessário porque já me ocupo o bastante com isso) diriam que minhas fases musicais dizem respeito as minhas fases mentais ou psicológicas, mas isso já é outra história...
Bom, hoje acordei com essa música me corroendo por dentro, cantando ela no chuveiro, na padaria e no sinal... Sem jeito. Psicoticamente sem jeito! rss
Um breve intróito: I Will Survive é uma música Folk Americana (sim, eu adoro Folk! ) que não sei o raio de motivo fez virar hino gay!
A letra fala de uma desilusão e uma superação, e em como é necessário ser forte para esquecer, para não permitir que as mesmas coisas venham lhe ferir novamente. Ou seja, é um pouco da história de todos nós em algum momento da vida...
E ai? Alguém entende porque é hino gay? E não me venha dizer que é por causa do filme Priscila: A rainha do deserto... Pouquíssimo criativo!
Fica o vídeo da música na interpretação impecável de CAKE (LÓGICO!!!)
Dica de última hora: Se você já viveu uma história como a da música, troquem mesmo a fechadura! Funciona! rssss
Com a mesma boca entreaberta e idiota tão ridicularizada por mim, antes de tudo, ao ver uma cena assim. Alguém no meio de uma palavra que nunca encontrou caminho. Com as mãos buscando pateticamente formas ausentes.
Estupefata inércia, eu diria, se naquele momento articulasse idéias além da realidade que me cobria. O fino pó de consciência e tempo.
E se dissesse que voltaria, que se recolocaria naquele espaço vazio ainda desenhando na minha cabeça, e contornado pelas minhas memórias absurdas de uma presença que nunca existiu, ainda assim estaria no escuro do meu pavor.
Hoje abriam as janelas e deixaram escapar aquele ar pesado das nossas respirações. Os lençóis ainda estão marcados pelo peso do seu corpo, e talvez essa seja a única sinal real de que um dia esteve naquele lugar. Não deixei que os levassem. Quero as provas da presença e da ausência, da lucidez e da loucura.
INTROITO: Este é o início do projeto cruzado de escrita de contos, entre eu e o meu grande amigo Hecton. Ainda não sabemos bem se enveredaremos para o estilo de cartas ou qual será o formato, afinal, essa sinceramente não é nossa preocupação principal, sinto muito aos literatos, ou a qualquer leitor desavisado. É só a tentativa de duas mentes que de tanta pressa andam lentas por esses dias! Pois bem, exatamente pela falta de dores (e mais outras rimas ordinárias, como amores... Como diria o próprio Hecton) iremos inventar as nossas próprias, alias, melhor dizendo, as alheias, conforme os textos que vão seguir logo abaixo, e que hora e vez vão aparecer aqui no brincos.
Nunca segurei a sua mão, e agora lembro isto enquanto mergulho no mar. Primeiro vejo os pés submersos, depois os tornozelos, pernas, peito, e agora junto submergem todas as idéias. Pouco a pouco sumindo, em um mundo paralelo.
Vejo só azul neste universo, e inexplicavelmente isto me acalma, como imagino que serenaria a ausência completa ou a presença absoluta. Quanto ultrapassa, quanto transborda? Pensei não haver limites nem medidas a quê nos submetêssemos nesse mar inverso, revesso. Trocando e girando sentidos e realidades nas ondas que me levam do fim ao começo. Tente. Ainda sabe encontrar?
Ainda traço as mesmas linhas, com as mãos miúdas que lhe faziam rir, tentando tão aplicadamente reter o tempo. Mais um mergulho e sinto o peso da água escorrendo pelos meus cabelos, escutando a respiração e o silêncio. Continuo a dança. Observando o ritmo das ondas e as ondas deste pensamento, indo e voltando na mesma constância tirânica.
Comecei sem saber o que dizer, mas sabendo que o deveria. Se pudesse inventaria a habilidade de entender o que nem sequer soube reduzir em idéia. Talvez pela certeza de que a única coisa que deveria lhe falar não se pronuncia. Soma uma complexidade que nunca poderemos traduzir, ou que simplesmente pelo mesmo motivo sequer existe. E ainda assim, eu só sinto falta de segurar a sua mão invisível e mergulhar mais uma vez no seu azul.
* * *
Bem, até ontem eu entendia o que aquelas palavras diziam sobre o inconsciente, ao menos acreditava que entendia. Naquelas linhas que insisti em escrever, pouco restou de algo que se possa compreender, talvez a palidez que sua face que se mostrava pudesse presumir que o óbvio desse um salto à minha frente, mostrando o que estava além das sombras.
Tive medo, confesso. Talvez me faltasse à ousadia que eu tinha de sobra pra coisas que não me engrandecia como você me faz. Minha mente insiste em criar momentos que só existiram nela e com uma realidade que me transporta pro seu mundo, aquele mundo que se define mil sensações com uma única palavra. Sensações, talvez esses impulsos químicos que me faziam apegar no seu olhar, e me fazia transpor barreiras até mais que o seu universo, com seu azul celeste.
Poupo-me de usar aspas para palavras que realmente quero lhe dizer, e sei que no fundo há multiuniversos que se colidem criando as sensações que disse logo acima, ou talvez seja apenas mais um dos momentos que minha mente cria na ânsia de poder respirar fundo e não sentir todo o peso do mundo por alguns instantes e dizer que tudo está bem e ficará sempre bem.
Acordei logo em seguida, suspirei fundo e vi que a lua estava nos seus últimos minutos de brilho, pude saber neste instante que o meu dia podia ser diferente, e que planetas ou sistemas inteiros não precisavam colidirem para criar as sensações, bastava olhar pra você.
Sobre a imagem: Chama-se "Granade Lovers". On March 3, 2009, Morten Landmark of HMP announced that the print edition of "Grenade Lovers" would be released during the week of March 8, 2009. Morten Landmark stated that "Grenande Lovers" is a 50x70cm print signed and numbered in an edition of 150 pieces printed on Conqueror Connoisseur Soft White 300gsm paper.
Não sou de ficar contando detalhes pessoais como se o Brincos fosse confessionário ou manicure (que escuta melhor que qualquer psicólogo, façam o teste!) mas acho que preciso “me contar”, fazer um saldo, um balanço, ou coisas do tipo que se tem vontade de fazer nos fins e nos recomeços.
Senti imensa saudade desse lugarzinho escondido nos confins desse universo (virtual, por supuesto!), dos amigos, que considero muito mais reais do que outros que moram na porta ao lado, e de todos os sentimentos que brincam de roda aqui por perto, sejam meus ou alheios.
E se for hora para perdão, que seja assim então, perdão por ter estado tão perto mais tão longe, não foi a intenção. Estive seguindo a estrada de tijolos amarelos, essa é a verdade. Os meus pés cansados contam muitas histórias, é só querer ouvir. E se ainda couberem resoluções de ano novo, ai vai uma, vou permitir que eles contem. E assim espero finalmente ter chegado na real denominação de "casa".