O Conforto das Razões Inexplicáveis
Sento-me na frente da TV esperando a próxima desculpa esfarrapada pelo atraso dele desta vez, e lembro de uma história muito antiga que uma vez me contaram sobre a origem da satisfação masculina de correr junto com mais outros tantos homens suarentos por mais de uma hora.
Sento-me na frente da TV esperando a próxima desculpa esfarrapada pelo atraso dele desta vez, e lembro de uma história muito antiga que uma vez me contaram sobre a origem da satisfação masculina de correr junto com mais outros tantos homens suarentos por mais de uma hora.
Diz a lenda que existia um ritual antiqüíssimo , originário dos povos ‘Futibulis’, na região comumente conhecida como ‘Gôles’, imagino que próxima, muito próxima da atual Mongólia.Consistia em uma simples e rudimentar ritualística, onde os machos da tribo componentes da seita secreta vestiam-se e paramentavam-se para a execução dos atos a ela concernentes, com o objetivo de livrarem-se de todos os pensamentos racionais, algo que em outras filosofias se repete, citando-se como exemplo a busca pelo nirvana.
As posições exercidas por cada um dos mebros eram bem delimitadas na ritualística, variando de acordo com as habilidades demonstradas, papel de liderança, e, é claro, a hierarquia ‘Futibulis’que poderia ser determinada ou identificada através do título de ‘Dono do Círculo de Adoração Sagrada’, que dizem os historiadores, tratar-se do que hoje inofensivamente chamamos de ‘bola’.
Durante o curso da celebração, todos corriam em uma área aberta em formto retangular gritando palavras incompreensíveis, gesticulando e suando, e se possível, tendo o máximo de contato físico de canelas com canelas até que esta região do corpo ficasse roxa e bastante machucada. O ponto alto do ritual era quando um dos membros da seita secreta conseguia habilmente introduzir com bastante estardalhaço o ‘Circulo de Adoração Sagrada’ em um grande retangular altar. Neste momento, todos gritavam, faziam gestos ou jogavam-se uns sobre os outros até que alguém sufocasse.
Findavam-se todos os atos com a emissão de um som mágico emitido pelo ‘Grã Mestre da Sabedoria’, que segundo estudos ritualísticos trajava-se de sempre de preto, mas nem sempre era um indivíduo bem quisto entre os demais. Exaustos, machucados e sujos, bebiam em comemoração um líquido alucinógeno de coloração amarelada e espumante e que deveria ser servido gelado.
Sinto-me muito mais aliviada hoje pelo homem ter evoluído desses tempos inglórios. Só assim não preciso tentar explicar aquele sorriso estranho do meu marido quando ele me chega atrasado toda terça á noite, suado, sujo e arrebentado e mesmo assim satisfeitíssimo. Tira as chuteiras e as meias, me mostra uma unha estropiada e roxa, olha para mim feliz e diz: “Acho que essa vai cair”.
Um comentário:
Hahahahaha... tempos inglórios... imagina a antropóloga aí do texto em tempos de copa! Adorei! Beijão
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