Se acreditasse nas coisas inexplicáveis - e devo acreditar, mesmo sem saber como, assim são as coisas inexplicáveis - pediria que me ensinassem a não querer.
Ajuda-me a anoitecer e a amanhecer. A não estar sempre a um passo do precipício, em estado de paixão arrebatada pela queda inevitável.
Permita-me que o vento me sopre até o avesso, virando e revirando até que nada reste. Que eu possa assistir as idéias serem consumidas como combustível, as velas nesse altar de incoerências.
Pediria de mãos unidas suplicantes que me livrasse do gosto do fim, do travo. E que raios de condenação me abandona à fúria desse olhar de desapego com o qual ela me açoita? Livra-me da memória, do gosto, do desejo, e dessa imensidão que me apavora ao não estar atado.
Amém.
10 comentários:
Tbm estou com saudades!! Esse texto, sem excessão ficou belo!!
Amem!
Besos
"To be or not to be, that's question"
Acho que chega uma hora na vida de alguem em que você opta pela emoção ou o racionalismo puro. Para ambos, os contos, histórias, inspira nossa vontade de querer o querer de tudo.
Ps: Já estava com saudade dos posts dessa moça.
Beijos
Maravilhoso!
"...pediria que me ensinassem a não querer."
eu pediria também, acredite. O gostar, por vezes, se faz condenado e fica tudo tão imensamente difícil. É que dói. E não tem remédio pra isso não.
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