Decorado com os sonhos de outros tempos pendurado nas paredes.
Ela sentada na beirada do colchão falava de qualquer coisa como vestido rosa, água e pão francês. E eu apenas perdido enquanto ela tecia as tranças dos seus cabelos. Será que ela sabia que junto tecia meu destino? Que aquelas eram as correntes das quais jamais me libertaria?
Irreversivelmente atado rezo para um Deus que não acredito, que me livre da consciência, que não me livre da cegueira absurda que cobre os meus olhos, que me livre de algum dia querer coisa alguma a não ser manter-me preso aos fios daquela vida sentada na beira da cama. Essa é sua prece descrente que recita silencioso enquanto ela passa a escova levemente no final de sua trança que lhe pende sobre os ombros e contorna seu seio esquerdo.
Aproxima-se dela, beija o seu rosto suavemente e lhe desfaz as tranças só para que ela lhe resmungue qualquer coisa malcriada e recomece seu lento tecido de destinos.
http://vdgraphic.blogspot.com/
7 comentários:
q lindoo!
Lindo mesmo...tão frágil quanto
um pensamento vago, ou um cheiro de perfume alheio.
Perfeito!
amei!
=]
=*
Obrigado pelo comentário!
Parabéns pelo blog, gostei dos textos e da forma como escreves.
Ah, gostei da música também ^^.
Adorei Polly.
Muito bom .. quero um caso assim pra mim :)
Beijos.
lembrou-me Dom Casmurro... gostei! até mais ler.
Que coisa mais linda! Aliás, aqui tudo está lindo!..
Gostei da perspectiva do outro, do homem..
Bom de ler!
Beijo pra tu!
Ah, também escrevi algo sobre encontro, sobre pessoas enlaçadas, lá no Timbres e Cores.
Nossa, confesso que lembrei de varios livros que li ao longo de minha vida, seus textos são intensos e detalhistas, nada de exagero e tem um ar de romantismo do século XVII...adorei...
Obrigado pela visita em meu blog, gostei do comentario, e volte sempre!
Um Forte Abraço.
Muito belo e simples...pao e agua...
Tudo descritivo e bem dito. Ate o desenho combinou.
Adorei.
Besos
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