terça-feira, agosto 28, 2007

Call me irresponsible


Parei em frente ao prédio dela e esperei um pouco. Ela logo chegou, depois de fingir um leve atraso. Vestido vermelho, perfume bom. Eu procurei primeiro a boca porque sabia que se eu buscasse o olhar seria prontamente reprimido. Mas demorei demais e ao invés da boca estava lá o olhar inquisidor junto com a conhecida qualidade que as mulheres costumam atribuir a mim:
- Irresponsável!
Eu já sei tudo o que vem depois. Além de não confiável, vem junto imaturo e insensível. Enquanto você diz isso seu vestido vermelho tenta me dar a pista de que você quer fazer as pazes ainda aquela noite. E eu tenho que me concentrar bastante nele para não olhar para você e simplesmente pedir que cale e saia.
Olhando pro seu rosto com raiva tão lindo eu desisto de desistir e lanço o meu primeiro álibi para me desculpar e negar tudo o que disseram que fiz. Sua expressão demonstra que esse foi o mais estúpido de todos. Já fui bom nisso. E o segredo é simples, se acreditar no que diz, não estará mentindo.
Mas se você acha realmente tudo isso de mim, por que insiste? Eu já não sou tão bom nas escusas, e mesmo assim, você está ali, com a produção inteira me dizendo que não está acabado como o seu discurso ensaiado quer me fazer acreditar.
Com o tempo aprendi que não sou tão ágil quanto você nessas conversas, mil argumentações, por isso sei que se eu só te ouvir, sua raiva passa, e você me perdoa sem que eu precise dizer quase nada. Por que as mulheres se tornam tão incrivelmente chatas com o tempo? Não basta saber que eu gosto de você? Tem que ter todos esses outros complicados requisitos? Se você não me fizesse perguntas, eu não precisaria mentir. Bastaria que você entendesse que somos diferentes, e aquilo tudo que pra você é grave, não diminui em absolutamente nada o tanto que gosto de você.
Mas ninguém jamais terá coragem de sustentar isso em público. E a gente segue mentindo. Tendo que ouvir todos os xingamentos mesmo sabendo que o vestido já adiantou o happy end. Ora, se você já sabe que isso não vai ter importância, não seria mais fácil pular todas essas etapas? Não é possível que essa parte da noite esteja sendo divertida pra você. E quando ainda estou no meio desses pensamentos, você respira e diz:
- É isso, te perdôo com essa condição.
E eu aceito de pronto. Sem pestanejar. Claro que sei que não vou cumprir. Claro que você sabe que não será atendida. Mas o seu decote já se aproxima. O olhar inquisidor já está embaixo das pálpebras cerradas e o beijo que desejei bem antes chega atrasado. E aí pergunto: existe um culpado se conhecemos todas as regras? Eu posso reclamar de sua chatice se chego pra te pegar depois do que fiz ontem? Você pode esperar de mim algo novo se entra no meu carro com esse vestido depois do que fiz? Sabemos de tudo, mas pra quê conversar sinceramente?

quarta-feira, agosto 22, 2007

"The lives we lead, and the lives we wish we led."


Só volitando...

Passei meus dias assim... Lambendo palavras, das doces as amargas.


Tosse e aspirinas...













quarta-feira, junho 27, 2007

Nem Sempre Vícios



Sempre pensei que devia existir algum tipo de porta de saída.

Para todos os vícios um lema, para todas as dependências uma saída, um escape, um antídoto...

Primeiro passo é a descoberta, ou seja, constatação consciente do indivíduo de que de alguma forma, mesmo que obscura, seu corpo, sua existência confortável e amena depende de um certo algo, do objeto do vício.

Objeto identificado passa-se da fase de que além de reconhecer, ainda aprecia-se não só o efeito do vício (o conforto), como o vício em si. Um toque de beleza distinguível de qualquer outra. Incomparável.

Uma experiência científica foi feita com ratos, e consistia em instalar um dispositivo ativado pelo próprio animal que lhe dava pequenas descargas elétricas que ativavam diretamente seu hipotálamo. Essas descargas eram gradativamente aumentadas em sua potência ao ponto que poderiam levar a morte. Só alguns escolheram defender-se (sua sobrevivência), abdicando do bem-estar gerado (inicialmente) pelos choques. Os cientistas ainda não conseguiram identificar o que diferencia os ratos das duas categorias, o que os movem em direção ao vício e em direção a sobrevivência abnegada sem o estímulo, ou prazer gerado através do hipotálamo.

Não sei ainda que tipo de rato eu sou, mas ao menos já tenho consciência dos dois caminhos, e creio eu que prefiro ficar do lado de cá da “gaiola” vendo uns outros fritarem com um sorriso estampado... (Mórbido? Vai ver...).

quinta-feira, maio 24, 2007

Para rir e para chorar


Adoro ver TV.

E olha que ultimamente tem aparecido até uns coelhos nas novelas! (não os branquinhos de olhos vermelhos, os de cavanhaque brega com capa e tudo! Oh céus!) E se você não rir por achar graça, ao menos vai rir de desespero...

Só nunca entendi por que o que o Hugo Chaves não gosta... Vai fechar a TV mais popular do país, e não foi “sem-querer-querendo” (ai que trocadilho infame!)... Logo o Chaves que é tão dado a demagogia, ops! Quer dizer, democracia...

Outro dia presenciei o seguinte Diálogo Familiar: “Vem logo jantar homem! Se você for ficar assistindo escândalos na televisão vai passar a noite toda ai!”
Não acredito que nem o Buda tenha tanta paciência quanto o povo brasileiro... Será que foi de propósito o nome da construtora acostumada a “presentear” nomes influentes no cenário político nacional chama-se Gautama???

E o que dizer das maracutaias hi-tec? Pós Operação Navalha da Polícia Federal agora com som e imagem para dar mais Ibope, ficou sem graça acompanhar a sujeirada nacional só por documentos e essa coisa toda... Vai ver que foi por isso que um certo assessor foi flagrado destruindo papeis logo após as denuncias... Tsi, tsi, tsi... O rapaz só preocupado com a diversão nacional!

Navalhas a parte, fato é que o tal escândalo do momento chamuscou até os que pularam as últimas “fogueiras” (operações, grampos, CPIs...)

Ah, e em falando em fogueiras...

Isso também me divertiu na TV... Um bando de estudantes/militantes (ou seria o contrário???) usando e ABUSANDO do direito à livre manifestação. Super válido, ninguém precisa pixar meu muro me chamando de facista, mas acampar ao som de “Caminhando e cantando” tocado em um violão desafinado e acender fogueiras dentro do prédio da reitoria de uma Universidade Federal... Bem... Vou nem falar! E eles protestam pelo que mesmo??? Alguém ai sabe?

Dizem que a propaganda é a alma do negócio, e acho que essa nova campanha incentivando o turismo está dando muito certo! Começo a ter sonhos de viajar à Brasília de avião só para passar um tempo no aeroporto de lá... Mais emocionante do que filme de espionagem americano! Malas para cá, códigos para lá... Um tal de entra e sai de milhões de reais, muito me interessa!

Mas viajar de avião no Brasil é má idéia, quando não são buracos negros no espaço aéreo, greve dos controladores de vôo e equipamentos quebrados são urubus nas turbinas, e o engraçado (eu não disse que de um jeito ou de outro é para rir!) é que a única pessoa entrevistada na TV sobre o ocorrido foi um cantor de pagode... Será que vai dar samba?

domingo, maio 13, 2007

Receitas Sensacionais!

Acho que dois post's em que o tema central é, digamos "continuação da espécie" é um sinal para que eu me atreva a traçar umas poucas linhas também, afinal, posso dizer que no momento é um sentimento que me atormenta.

Pois é, há 10 longos meses parei de tomar a tão famigerada pílula para ver se a vida me dava um "trabalhinho" a mais.

Posso dizer que esta decisão causa os mais variados sentimentos nas pessoas, os possíveis avós adoraram a idéia... A maioria dos amigos me olham com uma cara de "coitada, ela é louca!"

Mais o que posso fazer? Rendi-me aos encantos destes seres tão fofinhos quando pequenos e tão indecifráveis quando crescem. E mesmo com todos os conselhos e todas as coisas que vemos por aí, decidimos arriscar, afinal não se pode prever o quão nos darão alegrias ou tristezas.

E como se já não bastasse à longa espera, você ainda encontra em cada reunião familiar alguém lhe perguntando: "- e aí, o bebê, é para quando?", você fica meio sem jeito, afinal, os avós já espalharam para todos que "estamos tentando".

Imaginem as várias especulações, e o pior... Várias receitas milagrosas... coisas estranhas do tipo: ficar de cabeça pra baixo; não tomar banho (eca!); tomar chá de não sei lá o quê...

Então, acho que minha dica é...

Se um dia vocês decidirem que querem continuar a espécie, só avise aos familiares quando o bebê já estiver encomendado...

Sob pena de... (vocês sabem o quê).

quinta-feira, maio 10, 2007

A hard day night



Hoje já assisti aula de professor gago às sete da madrugada, no festejado intervalo me deparei com a máquina de café quebrada, enchi balão de festa, resolvi abacaxis indissolúveis para o meu chefe (até porque se fosse solúvel ele não o teria deixado para mim, fazer o quê, ganho pra isso...), uma pessoa que eu sempre malhei me contou a vida penosa que teve e me deixou com uma obesa consciência (do tipo: o acidente foi muito traumático; meus pais dividiam uma quentinha no almoço; nunca ganhei ovo de páscoa, entre outras infernalidades...)

Aí se imagina, o que o mundo me deu em troca? Uma noite na minha tranqüila piscina aquecida olhando o céu candango limpo e estrelado, massagem nos pés, louça lavada, relaxante muscular e chandon? Convenhamos, utilitarismo, as forças estariam sendo minimamente justas. Mas, não preciso nem elencar Murphy, outras dezoito leis de azar e mais esse texto para dizer que não, não foi assim que se sucedeu. Afinal, todo mundo sabe, coisa boa não se sai contando por aí.

Sem mais, vamos à celeuma que me impele a este retorno após longo entrave à escrita. Para isso, preciso falar um pouco sobre a Lu. Ela era minha colega de trabalho que se tornou grandessíssima amiga após enfrentarmos juntas monstruosos advogados sedentos por sentenças e liminares, sermos expulsas de sorveteria por estar na hora de fechar, guardarmos segredos de gente grande, ligarmos uma pra outra pra dar a notícia urgente: 50% off na Zara! Enfim, mui amigas.

Ela, balzaquiana casada há cerca de sete anos e muito decidida desde o altar de que não teria rebentos, tem um defeito para minha opinião cética: acredita em astrologia e consulta videntes por telefone. Final do ano passado ela me vem com essa: - Ano que vem vou ficar grávida, o vidente falou.

Maio de 2007, prazo suficiente para a profecia se concretizar e lá vem ela chorando com um papel na mão: Tô grávida! (Essa sim, real, Sra. P.G.!) Deve ser instinto reagir a isso com gritinhos, pulinhos e lágrimas, por óbvio, foi o que fiz. Em seguida, pensei: relaxar completamente com o contraceptivo pode receber a condescendência do nome auto-sugestão? Curioso ou não, a coisinha de dois centímetros está lá, dentro da barriga da minha amiga moderna que eu nunca pensei que seria mãe.

Certamente ela será uma grávida legal, sem aquele papo todo de peito rachado, parto humanizado, macaquinhos Yoga para gestantes, etc, foi o que pensei secundariamente. E o que isso tem a ver com a recompensa que o mundo me deu para esse meu dia? Já conto.

Uma voz ansiosa no telefone: tenho uma coisa para te mostrar, pode ser hoje à noite? Chego lá e não creio, quilômetros e quilômetros para ver a foto do bebê, leia-se ecografia toda preta em que a parte que ela acha ser a cabeça do montinho de células pode vir a ser qualquer outra coisa. E o mais terrível é que sei, contando com minha racionalidade paraguaia, que vou olhar pro filhinho dela e repetir devagar: Repete, bebê, ti-ti-a, ti-ti-a. Não tem jeito, é fatal, alguém aí sabe como escapar do instinto de preservação da espécie?

segunda-feira, maio 07, 2007

E agora? Mãe?

Eu vou para o inferno... Não tenho mais ilusões...

Se o inferno existir, já estou lá!
Olha, e não é porque sou advogada não... (Mas diz um amigo meu que isso é no mínimo um agravante... Os juros do meu “cheque especial” dos pecados...)
Ai! Já dá até para sentir o calorzinho...
Então vou confessar:
Vou para o inferno porque menti em PG!
Ufa! Falei...
Céus! (Hora de clamar pela absolvição)
Era uma noite chuvosa...
 
Estava cansadíssima e depois do trabalho ainda tive que ir ao supermercado... Meu humor não estava dos melhores, eu admito! Mas não foi isso... Depois de apalpar tomates e cheirar mais de dez tipos de desinfetantes uma pessoa não pode ser considerada imputável, pode??

Já passava das oito quando o suplício semanal estava acabando e tive a visão das filas gigantescas... Minhas últimas esperanças de chegar em casa nessa década ainda já eram...

Quando, como que por indicação divida, no caixa 09 uma filinha minúscula com apenas dois carrinhos na frente... Não pensei duas vezes, me alinhei logo atrás. Para a minha surpresa, além da fila estar curtinha ainda tinha umas cadeirinhas com revistas ao lado! Viu? Minha sorte estava mudando, foi o que pensei.
Meu querido maridinho se aproximou sussurrando: “Amor, agora você está grávida, não é?” Por acaso ele estava sabendo de alguma coisa que eu não estava? Tinha trocado minhas pírulas por AS Infantil? Era melhor ele confessar logo porque a morte dele iria ser mais indolor... Já estava por preparar minha cara de assassina de maridos malandros, quando ele apontou para a placa: “Caixa exclusivo para gestantes, idosos e deficientes físicos”.

Foi ai que fraquejei... Era fila ou mentira.

Mentira. (Só não imaginei que seria tanta!)

Sentou-se uma mãe (Com cara de mãe, RG e CPF de mãe... Gravidíssima. Carrinho atrás do meu. Pronto. Fud...).

Meu marido notando o grave risco que ele estava correndo de passar a noite em outra fila começou a alisar a minha barriga... Até beijo deu!

Não deu outra, a mulher se sentiu plenamente convidada a puxar um papo longuíssimo sobre as pernas inchadas, os seios crescidos, peso sobrando, varizes, estrias e outras tantas coisas agradáveis quanto as seis vezes que já havia vomitado naquele dia. Ai veio a pergunta: E você? Está de quantos meses?

Esse foi o detonador. Desconhecia minhas próprias habilidades de mentira a quilo... Respondi: Dois.
Depois disso lembro de pouco porque a mentira fluía com uma facilidade incrível! Acho que até dos possíveis nomes, a escola que eu queria que meu bebê virtual estudasse, o valor da família, enxoval, anestesia peridural e o escambal... Só senti meu marido me puxando para ir embora... Acho que ficou com medo que eu “tomasse gosto” pela coisa (alias, coisas, as mentiras e os bebes...)

Mas segundo minha mãe eu estou salva do inferno...

Por que mãe sofre tanto que vai para o céu sem escala... Acho que isso vale até para mãe virtual, não é?

terça-feira, abril 24, 2007

Pequenas Peças



Não poderia nomear de surpresa, porque não foi. “Operação Furação”. Mais uma com nome cuidadosamente escolhido... Se bem que poderia ter sido outro como “Operação sujeira no ventilador” ou ainda “Tsunami do Judiciário”. Eu vou me candidatar a equipe de inteligência da Polícia Federal para pôr esses nomes! Estou ficando craque!

* * *

Por falar em craque, estou chegando a conclusão que pela pura falta de craques reais na atualidade a mídia tem vivido dos craques do passado. Não fosse isso o Maradona não continuaria aparecendo em todos os noticiários a cada dor de barriga, o milésimo gol do Romário já teria saído, e o Zidane já teria parado de dar “cabeçadas” por ai...

* * *

Senti o arrepio me percorrer a pele, e depois meu estomago se contorceu... Minha vida foi abalada profundamente pela notícia: “Sandy e Júnior vão se separar”. Sem comentários...
* * *

O que diabos foi aquela campanha do Vectra??? Alguém ai entendeu “lhufas”??? Teaser. Propaganda que ninguém viu. Depois nota macabra e mal feita, misteriosa e sem sentido, e depois propaganda tosca. Olha, tenho a impressão essa foi a típica idéia “genial” que termina saindo uma verdadeira... Vai ganhar o prêmio pior campanha do ano em disparada!

terça-feira, abril 17, 2007

Retalhos

Eu mesmo vou riscar o fósforo. E admirar a fogueira desses pensamentos tolos. Sei que essas são só palavras para alimentar o fogo.
E faça-me o favor de não culpar meu mau humor, já que nesses dias só ele tem a dignidade de me acompanhar. Solidão não... Escolhas...
Eu sei que você poderia brincar com os ‘brinquedinhos’ que bem quisesse, mas me escolheu. O fim sempre premia, é o que dizem...
E não foi você mesma que me disse que eu deveria ver o lado bom?Esse seu lado “livrinho de bolso” realmente me cansa... É tanta propriedade na ponta dos saltos... Mas eu conheço os seus centímetros... Falta-lhe somente que eu a sacuda pelos braços, desgrenhe seus cabelos, e lhe diga alguns palavrões...
E já havia decidido não lhe querer mais. Assim... Tão certo quanto a morte! Mas esqueci das minhas convicções entre a porta de casa e a sua boca. Mordo minhas palavras entre os dentes e só te sorrio, já que este é o tempo das piores razões.

Imagem: http://www.designup.pro.br/imgs/view/880

sexta-feira, março 16, 2007

Algo no café...


Estava por reler alguns textos aqui do Brincos...Sem motivo aparente, sem intenção determinada, ou confessando, pura falta do que fazer mesmo...

Inevitavelmente, se dá alguns sorrisos, se fazem algumas caretas (Qualé?! Ninguém é perfeito!)e se tira algumas conclusões também.

Acho que a primeiramente tenho que dizer que estou me sentindo um tanto quanto solitária aqui, e vejam, e ninguém pense que isto é uma cobrança. (já sofro por isso demais!). É só uma constatação. Sozinha isso aqui fica egocêntrico e besta. Eu entendo até demais as atribuições e tudo mais de todos. Lembrando: Essas são apenas constatações...

Além disso, acho que cometi algumas injustiças até agora. Remendar não é algo que eu realmente saiba fazer, mas só a prática leva a perfeição (Que o diga Bush e suas guerrinhas... Mas nem assim hein???).

Admiro a esperteza (principalmente a alheia) de conceituar mancadas como tentativas, em sendo assim... Tentativas a não pecam pela imperfeição, pois não passam disso, certo? Tentativas... Muito mais ameno assim!

Pois bem, primeiramente TADINHO DO LULA. Tá, o cara não acerta uma, mas todo mundo precisa de uma chance... Vai ver que até que ele tenta acertar... (nem me perguntem o que eu tomei no café da manhã que eu não sei!).

O Alberto (vide texto do dia 23 de fevereiro) pareceu obscuro demais pela minha “caneta”. No fundo, gostaria que soubessem que não passa de alguém cheio das famosas “tentativas” que vai acertar assim que alguém ou algo lhe abra a porta ou lhe acenda a luz.

Acreditei ainda que publicando aquela Carta ao Futuro (Vide texto do dia 09 de fevereiro) estaria mudando algo, alguém. Depois odiei minhas pretensões idiotas e quase apaguei. Depois uma pessoa me disse que quando quer dar valor as coisas realmente valoráveis, lê aquela carta. (sorry about the bad thoughts).

Por último, e não mesmo importante, HELGA! (vide texto do dia 28 de novembro de 2006). Dizer que a dor diminuiu, que no fim “acostuma” é mentira (o que eu tomei no café da manhã não foi tão forte assim!). Mas a imagem que ficou dela foi de ser rude... TADINHA! Hoje em dia até acho ela amorosa... Me consola e tudo mais... Diz que tenho pêlos rebeldes... Ah se ela soubesse como são meus pensamentos... Acho que preciso encontrar alguém que me arranquem eles...

quarta-feira, março 14, 2007

Discutível


Todos os gostos são discutíveis.

Ou como diria um amigo meu até a “discutíbilidade” é discutível...

Assim longe de mim as unanimidades (possivelmente burras, porque não???) e as pretensões de qualquer tipo definível.
Mas se há espaço para o auto-engano de estar por enriquecer qualquer um desavisado que se valha de alguma opinião, gosto, crítica, intromissão, elucubração ou puro humor (dos bons e dos ruins) hoje vou deixando uma música que tropecei durante à tarde, e me carregou pela noite. (Sim, logo eu a detestar “versões”... Mas “ódio” e “amor” são ainda mais discutíveis...)


 


quinta-feira, março 01, 2007

No meio da Cozinha



Já que ninguém se dá ao trabalho nem mesmo de ler esse blog, acho que posso me dar certas liberdades... Tipo quando se está sozinha em casa e se passeia pela cozinha só de calcinha e camiseta (salve, salve a calcinha e a camiseta!), ou então quando se passa horas contemplando o mosquito na parede da sala enquanto o mundo cai ao seu redor (produtividade para exibir a quem???)

Então, já que nesse espaço não há nem ‘tapinhas nas costas’, nem tomatada na cara, vou dizer uma coisa, razoavelmente simples:

EU ESTOU DE SACO CHEIO!!!

E que se dane a literatura e a poesia, a fotografia e a filosofia, a política e a diplomacia, o efeito estufa e o desenho do pernalonga! QUE SE DANE!!

Ufa...

Calcinha e camiseta na cozinha...

Ah, e se o vizinho ou mais alguém por ai viu, nem adianta me dar sorrisinho malicioso na rua ... Sorrindo na rua ou é tarado ou é político...

sexta-feira, fevereiro 23, 2007

Aviões de Papel



Nem Fim nem Começo. Assim ele é. Assim este texto sem começo o valha nem fim o arremende, mas diz ele, que essas pretensões são para os limitados... Que seja então...
Conheci outro dia o Afredo. (Dado irrelevante?)

Diria que esquisito demais para que eu simpatizasse sem pretextos, interesses ou afins (Questionamentos sobre os “afins” incabíveis!!!).

Descreve-lo? Seria previsível cair na vala comum das descrições óbvias, mas fugir dos estereótipos nunca foi meu forte (e até tenho os meus, podem acreditar! Da classificação “rasa” e “superficial” até a “complexa” e “profunda”.... Vá se entender uma coisa dessas!). Nada mais do que moreno, alto (Não... “bonito e sensual” vai estragar a imparcialidade!), roupa que faltavam ser passadas, óculos caídos por baixo de um cabelo desgrenhado que merecia um bom corte, entre outros modos que prefiro deixar por conta do “imaginante”...

O vi pela primeira vez, (ou assim lembro a primeira vez que o notei), estava dedicado a intensa fabricação de aviões de papel, jatos, concordes... Dirigidos à mesa de cabeceira, que imagino, fosse seu “Porta Aviões” particular invadindo um país inimigo qualquer...

Ao lado da sua cadeira marrom puída deitava-se sempre preguiçosamente o Fred, seu labrador com cara de desinteresse pelo mundo enquanto dormitava lambendo sonhos caninos saborosos. Por vezes levantava o focinho para ouvir as conversas labirínticas dos amigos dos seus donos, sempre cheia de palavras com mais de três sílabas... (Porque vocês sabem, filosofia que se preze não pode ser explicada com monossilábicos... Eu sei, eu sei...) Talvez esse fosse o motivo de Fred dormir tanto... Causava-lhe imenso tédio... Horas e horas de uma complexidade sem razão. Se alguém lhe perguntasse algo responderia entre um bocejo preguiçoso e outro tudo o que precisavam saber em duas latidas.

Alfredo estava sempre à beira do fim. “Conclusões infinitas”, por mais que isso pareça paradoxal. Todos os dias era o último dia que fumava, e o último cigarro, e talvez por isso tivessem adesivos de nicotina espalhados e colados por todo lugar. Talvez por isso segurasse um cigarro apagado entre os dedos, por que dizia assim enganar a si próprio, e eu no cumulo do meu auto-engano pensando que isso não era possível...

Ontem lembro que ele disse algo imprescindível, como todos os “algo” que ele tem a dizer depois de minutos intermináveis de silêncio e três jatos de A4 depois. Uma frase de Oscar Wilde me confidenciou no final...

“You’re not young enought to know everything”

sexta-feira, fevereiro 09, 2007

Uma Carta Ao Futuro



Preâmbulos eu só leio no final.E se eu gostar do que li no “durante”. Sou uma pessoa meio na contramão... Mas isso não vem ao caso... Achei por bem, “preambularmente” explicar, assim, no começo mesmo, que esta é uma carta endereçada ao futuro. É a idéia de um site interessantíssimo que tive o prazer de esbarrar outro dia... Segue uma dessas garrafas jogadas ao mar.

Here I am, trying to write the deepest thoughts and feelings from my heart, just to amaze you at an ordinary day, and maybe, with some luck, provoke a smile, a deep breath, and a bunch of good memories.

But all I see is this blank page to be field in. And I keep thinking what this me in the present could say to this you in the future that could touch you somehow, or be considerable enough. Isn't that the idea?

All I have are words that seen from here get lost in the distance of time. Now I realize that what fear about you is just the same. Getting you, and everything we built this way along, (didn't we?) lost in time and distance makes me feel sad, and I know that I shouldn't.

I like to think that everything will be different, I just don't like to remember the fact that different isn't necessarily better… Sorry, but like ever (remember?) I'm a bit lost on my own concepts of good and bad.

Maybe I should say that right now I have been married for a month, and all the things that I thought that would be good are better, and the ones that I thought that wouldn't are surprising me as good discovers that I was wrong, that the people can (and they do) try to give their best. Isn't that incredible? I'm deeply happy, and as I always thought happiness makes you float upper your own existence. If you ask me today 'what else' I wouldn't be able to answer. I wouldn't know. Wishes? I'm full of. The best ones. Believe me…That includes you, of course…

But for the future… I imagine if you will be still around…(I would love that…) Or if I will …(I hope I would, and love that to, so please don't hurt me ever…) And if you (at this time) had finally found what you're (and me) looking for. From know, I also try to imagine if you have done big things, or if I had, if had discovered the meaning of life, did something you fear to, got yourself (all parts of it) together, visited a great place, took an astonish picture, held someone very tight, wished the best truly, cried out the regrets, kept some dreams untouched, loved deeply and all the other things we all wish doing at the endings and at the begins.

Maybe it's time and place for confessions and excuses… Maybe it's not… It will never be. Or maybe one year from now there won't be anything else to explain. (Much better this way, right?).

Is today, with this 'futureme' mail, still an ordinary day? I hope not. I hope you call me to say this. If you don't, you can't say that I haven't tried. But anyway I must say 'thank you' for everything you've done, the presence, the silence, the truly happiness that I saw in your face at my weeding, the friendship when nobody else could be and mean this to me. 'Thank you' for all that I hope you will continue to be and mean, and if you don't, know just that you were very important to me as a challenge, as a lesson, as life.


Para ler ao som de Little Joy: http://www.youtube.com/watch?v=cr2VgfsAxFk

quinta-feira, janeiro 25, 2007

Feliz como uma Bola de Sabão


Passou longos segundos contemplando o invisível a formar o visível. Lembrou-se de algo sagrado, talvez Deus, Amor, ou algum conceito difícil assim que um dia tentaram lhe explicar, e não sabe bem se entendeu.

A menina ajeitou-se sobre o banco da praça, pegou sua varinha vermelha de ponta arredondada e mergulhou dentro da solução de água e sabão. Puxou-o de volta e deu um longo suspiro puxando o ar para dentro de seus pulmões. Tudo dependia daquele momento. Preparou seu melhor biquinho de assobio, fechou os olhos e soprou tão suave quanto seus melhores sonhos podem ser... E deste sopro se formou uma enorme bola de sabão que com lentidão se desprendeu da ponta da varinha.

Uma alquimia secreta que resultava em um instante suspenso... A perfeição frágil ia se transmutando em várias cores, talvez seguindo os pensamentos que foram soprados para dentro dela. Cores de arco-íres em dias de sol... Contemplou por segundos intermináveis que planavam tal qual essa euforia estéril e volátil alojada em algum lugar entre a ponta dos cabelos e os dedos dos pés.

Vibrava ao sabor do vento, e a temeridade do fim agitava a alegria sem motivo que sentia, e por vezes se temia que seu mero respirar fosse a pequena agulha a estourar sua felicidade sem razão.

Passou um homem jovem pela calçada com os olhos a catar razões pela calçada. Olhou incrédulo para aquele momento suspenso pelo tempo. Espetou de realidade a bola de sabão que se desfez.

E a garota apenas sorriu.

O homem apenas pôs outro passo no caminho.

quarta-feira, janeiro 17, 2007

Sonhos na Vitrola


Um sono enorme!
E espanto-me com minhas próprias habilidades em executar tarefas mil nesse estado de torpor. Telefones tocam, e teclas cheias de letras. Sopinha... Mesmo assim pude ver um cachorro arrastando a dona pela rua, um casal esperando a vida passar abraçados, e uma chuva invertida a molhar-me só os pés. Um caminho de sonho surrealista... Em ondas que quebram em uma praia de areias brancas, onde repousam algumas dúzias de conchas e lembranças. Meu biquíni azul de lacinhos brancos... Lembrei-me de Miró e seus amores em cores primárias... Até do cheiro dos quadros. E de uns dias sorridentes como comercial de creme dental. Além de um jazz vibrante rolando na minha cabeça como uma vitrola velha, tão antiga quanto as minhas memórias de vinil. Mas não era disso que eu queria falar. Viu só? Sandices de uma mente cambaleante! Sono... Talvez ao acordar vou lembrar do que quis dizer...

terça-feira, janeiro 02, 2007

Próximo Ano Novo!


Meu tio é um gênio (mesmo sem ter consciência disso....). Esse ano na reunião da família resolveu inovar... Preparou um vídeo de montagem de fotos com trilha sonora e tudo! E no final para coroar a novidade tecnológica escreveu em letras garrafais seu desejo mais sincero: Um Feliz Natal e um PRÓXIMO Ano Novo!
Pode até ter errado no português, mas acertou em cheio no desejo dos brasileiros, pois no Brasil de 2007 acho isto é o máximo que se pode esperar. Afinal de contas, após as ‘turbulências’ do setor aéreo é só o que se tem depois de passar horas e horas no aeroporto aguardando sabe-se lá o quê! Brasil!

Desconfio que até o Papai Noel tenha ficado preso no Tráfego Aéreo e tenha tido seu saco de presentes extraviado (quem sabe enviado para as Ilhas Cayman! Ouvi dizer que muitas “malas recheadas” acabam indo parar lá...).

Próximo Ano Novo para todos os mensaleiros e Sangue-Sugas, Próximo Ano Novo para os reeleitos, para as obras superfaturadas, desvio de verbas e violência generalizada! Próximo Ano Novo para todos aqueles que esperam alguma mudança!

Somente um Próximo Ano Novo com as mazelas velhas para apagar as memórias precárias, aplacar antigas (e eleitoreiras) rixas, fazer-se esquecer o que já estava por esquecido, e comprar (com muita troca de favores e negociatas) aqueles que ainda não se calaram.

Pois não a nada como um dia atrás do outro com um carnaval no meio para não resolver as coisas pelas bandas de cá!