(Semelhanças com fatos reais não são mera coincidência.)
Evo olhou para os quatro cantos e nada viu que pudesse fazer. Sentiu-se em uma situação que caso fosse adulto chamaria de impasse. Uma vontade enorme de brincar e sem ter com o quê.
Logo lembrou do coleguinha, que depois de ser pobre, iletrado e mal educado, agora era metido ao que sua mãe chamava de “novo rico”, sempre metido em roupinhas bem cortadas e feitas por encomenda, uma aparência eterna de juventude promissora. Origens iguais, casas vizinhas, mas uma enorme distância os separava.
O Luiz era um garoto engraçado, cheio de fases e manhas. Por vezes o viu passar na rua enquanto os outros garotos todos da vizinhança apontavam-lhe os dedinhos indicadores impiedosos o chamando de “radical”, mal entendendo o Evo o que diabos “radical” significava. Agora, muito mais “arrumadinho” os dedinhos de antes recolhiam-se aos bolsos, olhares voltados para o chão e fazer o quê? Agora o garoto estava por cima, maior casa do bairro e tudo mais.
Convidar aquela figura meio estranha para sua casa poderia não parecer a melhor idéia do mundo, mas só em pensar nos vários brinquedos que traria... Porque pensar duas vezes??? Meteu o a mão no telefone e estava feito. Dez minutos depois lá estava Luiz cheio de tudo aquilo que lhe faltava e que sua imaginação quase não conseguia alcançar.
Tudo muito bem enquanto o gosto de novidade era maior do que o de aborrecimento de ter que submeter aos caprichos do tal do Luiz. Foi ai que lembrou do que seu melhor amigo lhe disse: “O quarto é seu. Aqui é você quem manda”. O Huguinho era esperto, isso sempre soube. Encheu os pulmões de ar, e bravejou finalmente:
- “ Luizinho, o negócio é o seguinte, vai deixando esses seus brinquedos ai no chão e pode ir embora”
- “Hã???”
- “ É isso mesmo o que você ouviu, vai levantando logo enquanto eu ainda estou calmo e deixa tudo que você trouxe ai, porque o quarto é meu, e aqui sou eu que mando.”
- “Mas como é que pode isso, você me chama para cá, eu fico com você, trago todos os meus brinquedos e agora você me vem com essa?!? Enquanto todos os outros garotos nunca lhe deram atenção eu fui o único que sempre estive do seu lado. Somos tão parecidos...”
- “É, pode até ser, mas agora é assim, e se você ainda quiser os MEUS brinquedos, eu até que posso de alugar, mas o preço eu que faço... E nem adianta espernear porque chamo meu pai, minha mãe e até o Huguinho, você quer que eu chame o logo o Huguinho?? Se eu fosse você não faria isso... Vai ser pior...”
Depois de um pouco pensar, logo o Luiz viu que não haveria o que fazer. Levantou-se puxando as calças, e resignado disse:
- “Mas o que eu digo lá em casa? O que é que vão pensar de mim??”
- “Ah Luiz, isso ai é com você, mas vê se não volta chorando porque vai pegar muito mal, diz só que você acha até certo o que eu fiz, e que vai tentar negociar. Eles vão acreditar, afinal, aquele pessoal da tua casa acredita em tudo mesmo....”
Logo lembrou do coleguinha, que depois de ser pobre, iletrado e mal educado, agora era metido ao que sua mãe chamava de “novo rico”, sempre metido em roupinhas bem cortadas e feitas por encomenda, uma aparência eterna de juventude promissora. Origens iguais, casas vizinhas, mas uma enorme distância os separava.
O Luiz era um garoto engraçado, cheio de fases e manhas. Por vezes o viu passar na rua enquanto os outros garotos todos da vizinhança apontavam-lhe os dedinhos indicadores impiedosos o chamando de “radical”, mal entendendo o Evo o que diabos “radical” significava. Agora, muito mais “arrumadinho” os dedinhos de antes recolhiam-se aos bolsos, olhares voltados para o chão e fazer o quê? Agora o garoto estava por cima, maior casa do bairro e tudo mais.
Convidar aquela figura meio estranha para sua casa poderia não parecer a melhor idéia do mundo, mas só em pensar nos vários brinquedos que traria... Porque pensar duas vezes??? Meteu o a mão no telefone e estava feito. Dez minutos depois lá estava Luiz cheio de tudo aquilo que lhe faltava e que sua imaginação quase não conseguia alcançar.
Tudo muito bem enquanto o gosto de novidade era maior do que o de aborrecimento de ter que submeter aos caprichos do tal do Luiz. Foi ai que lembrou do que seu melhor amigo lhe disse: “O quarto é seu. Aqui é você quem manda”. O Huguinho era esperto, isso sempre soube. Encheu os pulmões de ar, e bravejou finalmente:
- “ Luizinho, o negócio é o seguinte, vai deixando esses seus brinquedos ai no chão e pode ir embora”
- “Hã???”
- “ É isso mesmo o que você ouviu, vai levantando logo enquanto eu ainda estou calmo e deixa tudo que você trouxe ai, porque o quarto é meu, e aqui sou eu que mando.”
- “Mas como é que pode isso, você me chama para cá, eu fico com você, trago todos os meus brinquedos e agora você me vem com essa?!? Enquanto todos os outros garotos nunca lhe deram atenção eu fui o único que sempre estive do seu lado. Somos tão parecidos...”
- “É, pode até ser, mas agora é assim, e se você ainda quiser os MEUS brinquedos, eu até que posso de alugar, mas o preço eu que faço... E nem adianta espernear porque chamo meu pai, minha mãe e até o Huguinho, você quer que eu chame o logo o Huguinho?? Se eu fosse você não faria isso... Vai ser pior...”
Depois de um pouco pensar, logo o Luiz viu que não haveria o que fazer. Levantou-se puxando as calças, e resignado disse:
- “Mas o que eu digo lá em casa? O que é que vão pensar de mim??”
- “Ah Luiz, isso ai é com você, mas vê se não volta chorando porque vai pegar muito mal, diz só que você acha até certo o que eu fiz, e que vai tentar negociar. Eles vão acreditar, afinal, aquele pessoal da tua casa acredita em tudo mesmo....”
4 comentários:
Inaugurando a veia política? :)
um abraço, Érika
Não haveria como deixar de ser. tenho vontade de escrever mais sobre politica e economia, mas é que ultimamente nem dá tempo... É tanta coisa... Obrigada pela visita!
Um feliz dia das mães pra vcs do brincos e Batons!
:)
E viva o diálogo Sul-Sul!
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