Entre as folhas daquele livro encontrei um pedaço de história. As digitais da sua presença exasperante nos meus parágrafos, minhas rotas de fuga. Nunca soube costurar farelos, e agora me ato a linhas.
Não sei mais dizer se o que sinto são os fluídos dessa humanidade pegajosa, o pulsar da dor ou outra antecipação ansiosa qualquer... E já nem me interessa. Só consigo enxergar meu próprio vazio, este enorme oco no meu peito devorador e devorado.
Poderia passar o dia vagando por caminhos circulares, seguindo o norte de uma bússola viciada, ou beijar a sua boca de vício e da mesma forma estaria perdida, consumida por esse monstro medonho da minha solidão. Tenho medo que alguém o veja, que espie por alguma fresta o meu desespero descuidado. Melhor fazer as malas. Levar comigo qualquer vestígio e sair soltando pela janela letra por letra as desconstruções das suas palavras, como areia, pó... Como tempo.