quarta-feira, junho 27, 2007

Nem Sempre Vícios



Sempre pensei que devia existir algum tipo de porta de saída.

Para todos os vícios um lema, para todas as dependências uma saída, um escape, um antídoto...

Primeiro passo é a descoberta, ou seja, constatação consciente do indivíduo de que de alguma forma, mesmo que obscura, seu corpo, sua existência confortável e amena depende de um certo algo, do objeto do vício.

Objeto identificado passa-se da fase de que além de reconhecer, ainda aprecia-se não só o efeito do vício (o conforto), como o vício em si. Um toque de beleza distinguível de qualquer outra. Incomparável.

Uma experiência científica foi feita com ratos, e consistia em instalar um dispositivo ativado pelo próprio animal que lhe dava pequenas descargas elétricas que ativavam diretamente seu hipotálamo. Essas descargas eram gradativamente aumentadas em sua potência ao ponto que poderiam levar a morte. Só alguns escolheram defender-se (sua sobrevivência), abdicando do bem-estar gerado (inicialmente) pelos choques. Os cientistas ainda não conseguiram identificar o que diferencia os ratos das duas categorias, o que os movem em direção ao vício e em direção a sobrevivência abnegada sem o estímulo, ou prazer gerado através do hipotálamo.

Não sei ainda que tipo de rato eu sou, mas ao menos já tenho consciência dos dois caminhos, e creio eu que prefiro ficar do lado de cá da “gaiola” vendo uns outros fritarem com um sorriso estampado... (Mórbido? Vai ver...).