quinta-feira, maio 24, 2007

Para rir e para chorar


Adoro ver TV.

E olha que ultimamente tem aparecido até uns coelhos nas novelas! (não os branquinhos de olhos vermelhos, os de cavanhaque brega com capa e tudo! Oh céus!) E se você não rir por achar graça, ao menos vai rir de desespero...

Só nunca entendi por que o que o Hugo Chaves não gosta... Vai fechar a TV mais popular do país, e não foi “sem-querer-querendo” (ai que trocadilho infame!)... Logo o Chaves que é tão dado a demagogia, ops! Quer dizer, democracia...

Outro dia presenciei o seguinte Diálogo Familiar: “Vem logo jantar homem! Se você for ficar assistindo escândalos na televisão vai passar a noite toda ai!”
Não acredito que nem o Buda tenha tanta paciência quanto o povo brasileiro... Será que foi de propósito o nome da construtora acostumada a “presentear” nomes influentes no cenário político nacional chama-se Gautama???

E o que dizer das maracutaias hi-tec? Pós Operação Navalha da Polícia Federal agora com som e imagem para dar mais Ibope, ficou sem graça acompanhar a sujeirada nacional só por documentos e essa coisa toda... Vai ver que foi por isso que um certo assessor foi flagrado destruindo papeis logo após as denuncias... Tsi, tsi, tsi... O rapaz só preocupado com a diversão nacional!

Navalhas a parte, fato é que o tal escândalo do momento chamuscou até os que pularam as últimas “fogueiras” (operações, grampos, CPIs...)

Ah, e em falando em fogueiras...

Isso também me divertiu na TV... Um bando de estudantes/militantes (ou seria o contrário???) usando e ABUSANDO do direito à livre manifestação. Super válido, ninguém precisa pixar meu muro me chamando de facista, mas acampar ao som de “Caminhando e cantando” tocado em um violão desafinado e acender fogueiras dentro do prédio da reitoria de uma Universidade Federal... Bem... Vou nem falar! E eles protestam pelo que mesmo??? Alguém ai sabe?

Dizem que a propaganda é a alma do negócio, e acho que essa nova campanha incentivando o turismo está dando muito certo! Começo a ter sonhos de viajar à Brasília de avião só para passar um tempo no aeroporto de lá... Mais emocionante do que filme de espionagem americano! Malas para cá, códigos para lá... Um tal de entra e sai de milhões de reais, muito me interessa!

Mas viajar de avião no Brasil é má idéia, quando não são buracos negros no espaço aéreo, greve dos controladores de vôo e equipamentos quebrados são urubus nas turbinas, e o engraçado (eu não disse que de um jeito ou de outro é para rir!) é que a única pessoa entrevistada na TV sobre o ocorrido foi um cantor de pagode... Será que vai dar samba?

domingo, maio 13, 2007

Receitas Sensacionais!

Acho que dois post's em que o tema central é, digamos "continuação da espécie" é um sinal para que eu me atreva a traçar umas poucas linhas também, afinal, posso dizer que no momento é um sentimento que me atormenta.

Pois é, há 10 longos meses parei de tomar a tão famigerada pílula para ver se a vida me dava um "trabalhinho" a mais.

Posso dizer que esta decisão causa os mais variados sentimentos nas pessoas, os possíveis avós adoraram a idéia... A maioria dos amigos me olham com uma cara de "coitada, ela é louca!"

Mais o que posso fazer? Rendi-me aos encantos destes seres tão fofinhos quando pequenos e tão indecifráveis quando crescem. E mesmo com todos os conselhos e todas as coisas que vemos por aí, decidimos arriscar, afinal não se pode prever o quão nos darão alegrias ou tristezas.

E como se já não bastasse à longa espera, você ainda encontra em cada reunião familiar alguém lhe perguntando: "- e aí, o bebê, é para quando?", você fica meio sem jeito, afinal, os avós já espalharam para todos que "estamos tentando".

Imaginem as várias especulações, e o pior... Várias receitas milagrosas... coisas estranhas do tipo: ficar de cabeça pra baixo; não tomar banho (eca!); tomar chá de não sei lá o quê...

Então, acho que minha dica é...

Se um dia vocês decidirem que querem continuar a espécie, só avise aos familiares quando o bebê já estiver encomendado...

Sob pena de... (vocês sabem o quê).

quinta-feira, maio 10, 2007

A hard day night



Hoje já assisti aula de professor gago às sete da madrugada, no festejado intervalo me deparei com a máquina de café quebrada, enchi balão de festa, resolvi abacaxis indissolúveis para o meu chefe (até porque se fosse solúvel ele não o teria deixado para mim, fazer o quê, ganho pra isso...), uma pessoa que eu sempre malhei me contou a vida penosa que teve e me deixou com uma obesa consciência (do tipo: o acidente foi muito traumático; meus pais dividiam uma quentinha no almoço; nunca ganhei ovo de páscoa, entre outras infernalidades...)

Aí se imagina, o que o mundo me deu em troca? Uma noite na minha tranqüila piscina aquecida olhando o céu candango limpo e estrelado, massagem nos pés, louça lavada, relaxante muscular e chandon? Convenhamos, utilitarismo, as forças estariam sendo minimamente justas. Mas, não preciso nem elencar Murphy, outras dezoito leis de azar e mais esse texto para dizer que não, não foi assim que se sucedeu. Afinal, todo mundo sabe, coisa boa não se sai contando por aí.

Sem mais, vamos à celeuma que me impele a este retorno após longo entrave à escrita. Para isso, preciso falar um pouco sobre a Lu. Ela era minha colega de trabalho que se tornou grandessíssima amiga após enfrentarmos juntas monstruosos advogados sedentos por sentenças e liminares, sermos expulsas de sorveteria por estar na hora de fechar, guardarmos segredos de gente grande, ligarmos uma pra outra pra dar a notícia urgente: 50% off na Zara! Enfim, mui amigas.

Ela, balzaquiana casada há cerca de sete anos e muito decidida desde o altar de que não teria rebentos, tem um defeito para minha opinião cética: acredita em astrologia e consulta videntes por telefone. Final do ano passado ela me vem com essa: - Ano que vem vou ficar grávida, o vidente falou.

Maio de 2007, prazo suficiente para a profecia se concretizar e lá vem ela chorando com um papel na mão: Tô grávida! (Essa sim, real, Sra. P.G.!) Deve ser instinto reagir a isso com gritinhos, pulinhos e lágrimas, por óbvio, foi o que fiz. Em seguida, pensei: relaxar completamente com o contraceptivo pode receber a condescendência do nome auto-sugestão? Curioso ou não, a coisinha de dois centímetros está lá, dentro da barriga da minha amiga moderna que eu nunca pensei que seria mãe.

Certamente ela será uma grávida legal, sem aquele papo todo de peito rachado, parto humanizado, macaquinhos Yoga para gestantes, etc, foi o que pensei secundariamente. E o que isso tem a ver com a recompensa que o mundo me deu para esse meu dia? Já conto.

Uma voz ansiosa no telefone: tenho uma coisa para te mostrar, pode ser hoje à noite? Chego lá e não creio, quilômetros e quilômetros para ver a foto do bebê, leia-se ecografia toda preta em que a parte que ela acha ser a cabeça do montinho de células pode vir a ser qualquer outra coisa. E o mais terrível é que sei, contando com minha racionalidade paraguaia, que vou olhar pro filhinho dela e repetir devagar: Repete, bebê, ti-ti-a, ti-ti-a. Não tem jeito, é fatal, alguém aí sabe como escapar do instinto de preservação da espécie?

segunda-feira, maio 07, 2007

E agora? Mãe?

Eu vou para o inferno... Não tenho mais ilusões...

Se o inferno existir, já estou lá!
Olha, e não é porque sou advogada não... (Mas diz um amigo meu que isso é no mínimo um agravante... Os juros do meu “cheque especial” dos pecados...)
Ai! Já dá até para sentir o calorzinho...
Então vou confessar:
Vou para o inferno porque menti em PG!
Ufa! Falei...
Céus! (Hora de clamar pela absolvição)
Era uma noite chuvosa...
 
Estava cansadíssima e depois do trabalho ainda tive que ir ao supermercado... Meu humor não estava dos melhores, eu admito! Mas não foi isso... Depois de apalpar tomates e cheirar mais de dez tipos de desinfetantes uma pessoa não pode ser considerada imputável, pode??

Já passava das oito quando o suplício semanal estava acabando e tive a visão das filas gigantescas... Minhas últimas esperanças de chegar em casa nessa década ainda já eram...

Quando, como que por indicação divida, no caixa 09 uma filinha minúscula com apenas dois carrinhos na frente... Não pensei duas vezes, me alinhei logo atrás. Para a minha surpresa, além da fila estar curtinha ainda tinha umas cadeirinhas com revistas ao lado! Viu? Minha sorte estava mudando, foi o que pensei.
Meu querido maridinho se aproximou sussurrando: “Amor, agora você está grávida, não é?” Por acaso ele estava sabendo de alguma coisa que eu não estava? Tinha trocado minhas pírulas por AS Infantil? Era melhor ele confessar logo porque a morte dele iria ser mais indolor... Já estava por preparar minha cara de assassina de maridos malandros, quando ele apontou para a placa: “Caixa exclusivo para gestantes, idosos e deficientes físicos”.

Foi ai que fraquejei... Era fila ou mentira.

Mentira. (Só não imaginei que seria tanta!)

Sentou-se uma mãe (Com cara de mãe, RG e CPF de mãe... Gravidíssima. Carrinho atrás do meu. Pronto. Fud...).

Meu marido notando o grave risco que ele estava correndo de passar a noite em outra fila começou a alisar a minha barriga... Até beijo deu!

Não deu outra, a mulher se sentiu plenamente convidada a puxar um papo longuíssimo sobre as pernas inchadas, os seios crescidos, peso sobrando, varizes, estrias e outras tantas coisas agradáveis quanto as seis vezes que já havia vomitado naquele dia. Ai veio a pergunta: E você? Está de quantos meses?

Esse foi o detonador. Desconhecia minhas próprias habilidades de mentira a quilo... Respondi: Dois.
Depois disso lembro de pouco porque a mentira fluía com uma facilidade incrível! Acho que até dos possíveis nomes, a escola que eu queria que meu bebê virtual estudasse, o valor da família, enxoval, anestesia peridural e o escambal... Só senti meu marido me puxando para ir embora... Acho que ficou com medo que eu “tomasse gosto” pela coisa (alias, coisas, as mentiras e os bebes...)

Mas segundo minha mãe eu estou salva do inferno...

Por que mãe sofre tanto que vai para o céu sem escala... Acho que isso vale até para mãe virtual, não é?