Sorriso de todas as intenções dedutíveis. Passos lentos do aproximar de corpos que não se permitem.
E do instante fez-se o agora, e da palavra memória ausente. De real a sua voz intrusa raspando no meu ouvido, repetindo suplicante o meu nome, arfante... Repetindo, repetindo, repetindo como se quisesse entrar em mim assim... E entrava... No ritmo do ofegar, banhada pelo hálito quente no pescoço, derramando desejo intenso de ter, de mais, de absoluto, de tanto, de tudo, que faz saber que o devorar é pouco...
E sem saber, eu sei o quando me quer, e sem saber eu sei dançar a tua dança. E no roçar das roupas cheias de mãos, flashes de gestos desconexos, fechando os olhos cheios de ti e sentir o vibrar do teu corpo como cordas de um violão, arrepio que te embala ao deslizar meus lábios que pulsam, que chamam e mordem os teus por capricho, e os torna a ponte dos atos e dos desejos.
Tua mão inteira me conduz fechada na curva dos meus quadris gemendo cativo das ondas da minha fúria, desse meu sentimento guloso de ti. Suga o ar gélido que entra no teu sangue, e percorre o teu corpo que arde, experimenta da vontade obtusa quando afasta as minhas pernas cheio de "ais", esvaindo-se todo enquanto a tua boa me sussurra na orelha: "Não deixa, não deixa..."