segunda-feira, junho 26, 2006

A dança



Sorriso de todas as intenções dedutíveis. Passos lentos do aproximar de corpos que não se permitem.

E do instante fez-se o agora, e da palavra memória ausente. De real a sua voz intrusa raspando no meu ouvido, repetindo suplicante o meu nome, arfante... Repetindo, repetindo, repetindo como se quisesse entrar em mim assim... E entrava... No ritmo do ofegar, banhada pelo hálito quente no pescoço, derramando desejo intenso de ter, de mais, de absoluto, de tanto, de tudo, que faz saber que o devorar é pouco...

E sem saber, eu sei o quando me quer, e sem saber eu sei dançar a tua dança. E no roçar das roupas cheias de mãos, flashes de gestos desconexos, fechando os olhos cheios de ti e sentir o vibrar do teu corpo como cordas de um violão, arrepio que te embala ao deslizar meus lábios que pulsam, que chamam e mordem os teus por capricho, e os torna a ponte dos atos e dos desejos.

Tua mão inteira me conduz fechada na curva dos meus quadris gemendo cativo das ondas da minha fúria, desse meu sentimento guloso de ti. Suga o ar gélido que entra no teu sangue, e percorre o teu corpo que arde, experimenta da vontade obtusa quando afasta as minhas pernas cheio de "ais", esvaindo-se todo enquanto a tua boa me sussurra na orelha: "Não deixa, não deixa..."

sexta-feira, junho 16, 2006

Papo Calcinha



Dia desses um amigo me confessou que a maior redenção das horas a fio que um homem passa tentando derreter o juízo de uma mulher é quando finalmente consegue abrir o zíper da calça dela deixando aquele singelo lacinho dar as graças ao mundo...

Eu, da minha parte, nunca tinha pensando em quanto poder os nossos lacinhos podem ter, o fascínio, o fetiche que podem provocar... A pesar de ter inconscientemente (alguém acredita???) exercido algumas vezes, necessário confessar...

Ah, benditos lacinhos!!!

E se eles soubessem (e que não saibam, e se souberem que esqueçam!) que nem sempre existem lacinhos sensuais e sempre dispostos a ‘entrar em campo’? E se eles soubessem que tem dias que saímos de casa com aquela calcinha enorme bege (desculpem a grosseria, mas essa não vai dar nunca!) e que a maioria odeia usar fio dental, ou que aquele monte de babadinhos convidativos na maioria das vezes só faz pinicar?
Quem nunca ficou semi-histérica com a calcinha indo parar em lugares aos quais não foi convidada? Quem não deu aquela "puxadinha" básica dentro do elevador? quem não tem aquele calcinha velhinha, quiçá com algum furinho, de estimação?? Quem nunca passou por uma "calcinha justa" que atire a primeira pedra!

Mas não quero aqui arrasar o imaginário de ninguém, e por tanto, há de se dar o devido respeito à peça que evoluiu muitíssimo (felizmente!) desde o tempo das vestes longas, passando pela ostentação dos séculos 17 e 18 e seu verdadeiro arsenal de acessórios, até o início do século 20, chegando hoje a gozar dos benefícios da tecnologia e até da gastronomia (estão aí as calcinhas comestíveis que não me deixam mentir!!!). Então homens, podem ficar sossegados porque nem tudo é calçola folgada e bege nesse mundo!

E já que se trata de um papo calcinha, ou seja, feminino por excelência, e estamos falando dos nossos benditos lacinhos perseguidos, contem suas histórias calcinhas (as infortunadas e as bem–sucedidas também!), afinal, ninguém precisa se revelar!

sexta-feira, junho 09, 2006

As Sindromes



Achei por bem esclarecer aos infortunados leitores desse Blog os motivos de tamanha demora nas nossas postagens... (É verdade, pode não parecer, mas somos bem educadinhas!).

Eis que as colaboradoras do ‘Brincos’ estão sofrendo de algumas síndromes, que assim como as participantes, variam nos seus motivos mas pouco nos seus efeitos, qual seja, a loucura patente, semblante desorientado, atração fatal pelo exagero máximo, complexo de perfeição entre outras facetas menos glamurosas, que, reservamo-nos ao direito de ocultar, caso contrário poderíamos ser interditadas a qualquer momento...

Vejamos a primeira, que está sofrendo da síndrome do ‘casórium proximum’ e que segundo registros, diz que a vida dela só continua (ou começa, sabe-se lá!) depois da cerimônia... Ouvi dizer também que devido a alguns fenômenos estranhos, como acordar com a cama cheia de arroz, só enxergar vestido branco pela frente, estar meio neurótica sonhando com damas de honra, buquês e bolos ela resolveu temporariamente afastar-se um pouco de suas atividades literárias em benefício de sua saúde mental. Mas fica a promessa que assim que voltar da Lua-de-Mel vai aparecer por aqui com suas tiradas sempre inteligentes. (Boa parte é brincadeirinha, mas a verdade é que estamos com saudade viu Rhafinha!).

Nossa outra colaboradora, baratas a parte, está sofrendo da síndrome do computador... Diz que quer ver tudo pela frente, até o Lula com chapéu do MST, mas não quer ver a tela do monitor... É, eu sei, Lula ninguém merece, mas com os votos de pleno restabelecimento que desejamos ansiosamente a volta da nossa Luzinha em pleno vigor e seus textos sempre surpreendentes e criativos aqui no ‘Brincos’. (Também tô com saudade repetitiva viu Ló!)

Por último, esta interlocutora que declarou ontem em suas auto-análises-pseudo-freudianas que está sofrendo de Neo-Banzo...E ai fico só esperando algum analista escrever alguma tese robusta de 400 páginas sobre o assunto para justificar a real preguiça horrenda de escrever...

De qualquer maneira, qualquer hora pintamos por aqui, numa lua cheia, no meio da tarde de sábado, depois do cineminha, ou no casamento, quem sabe? Afinal, o difícil mesmo é nos deixar longe dos pitacos e devaneios...