São mais do que horas tediosas, são momentos perfeitos de observação da raça humana. Existem os profissionais do “chá-de-cadeira", que possuem as mais diversas técnicas de ver o tempo passar, os que dormem em qualquer canto de parede, os viciados no cafezinho, os que assoviam, os que contam a história da vida inteira ao primeiro azarado que sentar do lado, os enigmáticos, os que sentam e levantam sem parar, os que reclamam infinitamente da demora e tantos outros espécimes da raça ‘homo sapiens de consultorium’que nem dá para catalogar.
Confesso que eu me atenho à leitura neurótica e atualização das informações inúteis através dos montes de revistas de fofoca e banalidades disputadas à tapa pela mulherada.
Foi numa dessas revistas, enquanto a senhora do lado tentava espiar o conteúdo interessantíssimo da minha leitura, que vi uma notícia, em um cantinho de página meio suspeito, a mais nova invenção inglesa, o vibrador controlado remotamente por aparelho celular.
A foto da ‘geringonça’ não era das mais amigáveis, mas a proposta era deveras interessante, ainda mais hoje em dia que não se tem tempo para nada, e que casais se separam a toda hora dizendo haver uma tal de “incompatibilidade de agendas”... Pois é, o marido manda o comando pelo celular para o tal aparelhinho, que inclusive possui cinco velocidades e intensidades, enquanto resolve sobre os novos contratos da empresa e a mulher curte o seu “oh yes, oh no” na comodidade do seu escritório enquanto redige aquele memorando para a reunião de amanhã. Realmente uma comodidade perfeita, concordam???
Mas calma, o celular possui uma senha dessa função... Afinal se não fosse assim, estaríamos de frente à fantástica possibilidade do Ricardão Tecnológico... Já pensaram que inferno, a mulherada nem ia ter como dizer que estava no dentista ou no cabeleireiro, bem na mesa do jantar o troço é acionado, e ai, o que se diz? “Amor, não é isso que você está pensando, é só uma crise epilética?!?”
Bom, se a invenção dos ingleses vai “pegar” ou não, isso eu já não sei, mas uma coisa é certa, a espera dos consultórios médicos nunca mais iria ser a mesma...