No caminho do improvável sempre cabe algo mais. Estava a meditar sobre isso enquanto escutava os apelos sonoros do meu estômago na parada do ônibus.
Um senhor gordo, de aparência tão interiorana que até chegava a beirar uma ingenuidade infantil, não conseguia disfarçar a sua cara de desorientação entre tantas linhas de coletivos chegando e partindo. Eis que entra no mesmo que eu estava a tomar. Lotado como sempre, a propósito.
Notas nojentas para lá, moedas que vão se perder na bolsa para cá, e restou-me sentar ao lado de um missionário mórmon, vermelho até a última hemoglobina fervida, que conversava com outro no assento imediatamente em frente ao nosso e após este o já referido senhor gorducho.
O blábláblá entre os dois missionários estava indo de vento em polpa, tão empolgados que até entoaram cânticos religiosos, trocaram confidências amorosas no mais genuíno “inglix-ove-unaitide-estaites”. Qual não foi a minha surpresa quando fervoroso o tal senhor interiorano de faces rosadas e rechonchudo levantou os braços e gritou: “Mai-naime-is-Jone!!”
...
Pela janela vi uma mulher ao telefone na rua. Embaixo daquela pequena cabine azul tão comum. Cena ordinária não fosse a jaca (isso mesmo, jaca, não leu errado não) que equilibrava na sua cabeça. Por si só já me deteria a atenção, mas como sempre é uma boa hora para mais alguma coisa, segurava com uma das mãos um guarda-chuvas (não obstante o sol de rachar que não me deixam mentir os termômetros impiedosos).
...
Passava caminhando rumo a minha casa quando vi um homem com um dilema contemporâneo nas mãos: uma casca de banana.
Um senhor gordo, de aparência tão interiorana que até chegava a beirar uma ingenuidade infantil, não conseguia disfarçar a sua cara de desorientação entre tantas linhas de coletivos chegando e partindo. Eis que entra no mesmo que eu estava a tomar. Lotado como sempre, a propósito.
Notas nojentas para lá, moedas que vão se perder na bolsa para cá, e restou-me sentar ao lado de um missionário mórmon, vermelho até a última hemoglobina fervida, que conversava com outro no assento imediatamente em frente ao nosso e após este o já referido senhor gorducho.
O blábláblá entre os dois missionários estava indo de vento em polpa, tão empolgados que até entoaram cânticos religiosos, trocaram confidências amorosas no mais genuíno “inglix-ove-unaitide-estaites”. Qual não foi a minha surpresa quando fervoroso o tal senhor interiorano de faces rosadas e rechonchudo levantou os braços e gritou: “Mai-naime-is-Jone!!”
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Pela janela vi uma mulher ao telefone na rua. Embaixo daquela pequena cabine azul tão comum. Cena ordinária não fosse a jaca (isso mesmo, jaca, não leu errado não) que equilibrava na sua cabeça. Por si só já me deteria a atenção, mas como sempre é uma boa hora para mais alguma coisa, segurava com uma das mãos um guarda-chuvas (não obstante o sol de rachar que não me deixam mentir os termômetros impiedosos).
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Passava caminhando rumo a minha casa quando vi um homem com um dilema contemporâneo nas mãos: uma casca de banana.
Longe já se vai o dia que um homem (o priminho do gorila) podia satisfazer a fome em paz e de consciência limpa... Três latas de coleta seletiva lixo de corezinhas animadas mas nenhuma resposta....Papel. Metal. Vidro. E o tal homem com a casca da banana na mão. Na dúvida jogou a maldita no chão e saiu satisfeito de ter cumprido seu papel de cidadão.